Dra. Karina Carvalho

Glaucoma e Pressão Ocular: Tire suas dúvidas

O que é Glaucoma?

Glaucoma é uma doença ocular crônica e progressiva que acomete uma estrutura nobre do nosso olho, o nervo óptico, um dos grandes responsáveis pela nossa visão. Por isso que, se não tratada adequadamente, pode levar a cegueira irreversível.

Nas suas fases iniciais, a doença é silenciosa, sem sintomas, o que retarda seu diagnóstico. O portador de glaucoma, se não tratado adequadamente, começa inicialmente a perder a visão periférica (consegue enxergar bem os objetos à sua frente, mas não o que está nas laterais). No início da doença isso é imperceptível clinicamente, só pode ser observado em exames complementares, como a campimetria computadorizada.

A pressão ocular é o principal fator de risco para o desenvolvimento e a progressão da doença e o único sobre o qual se pode atuar com eficácia. Diante disso, a medida adequada da pressão é uma peça fundamental na avaliação do paciente tanto no auxílio ao diagnóstico da doença quanto na avaliação da efetividade do tratamento implementado.

O que é escavação papilar?

É possível que o paciente apresente um disco óptico com escavação grande e tenha uma rima neural saudável com fibras suficientes para proporcionar uma visão normal, é o que denominamos como escavação papilar grande fisiológica.

Quais as causas?

O aumento da pressão ocular que danifica o nervo óptico e leva ao desenvolvimento do Glaucoma. Esse aumento da pressão pode ocorrer por diversos motivos, o tipo de mecanismo fisiopatológico que define o tipo de Glaucoma.

O glaucoma pode levar meses e até anos para se desenvolver, sem apresentar qualquer alteração. Na maioria dos casos, a doença progride lentamente, sem que o paciente note a perda gradual da visão periférica.

Quem faz parte do grupo de risco para Glaucoma?

O Glaucoma pode se desenvolver em qualquer pessoa, mas algumas estão mais predispostas:

·        Idade acima dos 40 anos

·        Histórico familiar positivo

·        Raça negra

·        Alto grau de miopia

·        Pessoas que tenham sofrido traumas oculares

·        Uso prolongado de medicamentos a base de corticoides

·        Pressão intraocular elevada (por diversos motivos)

“Estima-se que 2% das pessoas acima dos 40 anos e 15% dos acima de 80 anos são portadores de Glaucoma”

“Os afrodescentes com Glaucoma possuem uma chance MUITO maior de ficarem cegos em comparação com os brancos.”

“Cerca de 10% dos pacientes com hipertensão ocular vão desenvolver Glaucoma em até 5 anos.”

Quais os sintomas?

Para a maioria dos casos, o portador de Glaucoma não apresenta sintomas na sua fase inicial. Exceto para quadros de evolução aguda, como o fechamento angular primário, em que o paciente pode apresentar olho vermelho, dor intensa e baixa da acuidade visual de forma súbita, nesses casos o atendimento médico deve ser imediato.

Diagnóstico

O glaucoma pode ser diagnosticado a partir da consulta Oftalmológica completa e avaliação de exames complementares.

Apesar de serem muitas as doenças que afetam o nervo óptico, a lesão causada pelo glaucoma tem um aspecto característico que permite ao médico detectar a sua existência. No glaucoma, as fibras nervosas estão danificadas e desaparecem, deixando uma escavação maior do nervo óptico.

Entre os exames utilizados para a confirmação do diagnóstico do glaucoma estão:

·        Tonometria

·        Exame do disco óptico (fundoscopia)

·        Gonioscopia

·        Paquimetria

·        Retinografia

·        Exame de campo visual (campimetria)

Outros exames, mais sofisticados, são necessários em casos mais específicos. É importante realizar regularmente os exames solicitados pelo oftalmologista para verificar se houve aumento da lesão causada pelo glaucoma.

Acompanhamento da doença

O seguimento de pacientes com suspeita de glaucoma e de portadores dessa enfermidade é um ato imprescindível e desafiador. A periodicidade das consultas e dos exames complementares baseia-se principalmente na gravidade da doença e na expectativa de progressão desta.

O que determina a estabilidade da doença e evita a evolução para cegueira, além de um diagnóstico precoce da doença e seu tratamento adequado, é o seguimento na frequência ideal estabelecida pelas diretrizes.

PRESSÃO OCULAR

Os olhos normais (sem glaucoma) apresentam pressão entre 10 e 21 mmHg, e é determinada facilmente pelo médico oftalmologista com um exame chamado Tonometria. Muitas pessoas confundem a hipertensão ocular com o glaucoma. Mas são duas coisas diferentes! A hipertensão ocular é diagnosticada quando a pressão interna dos olhos ultrapassa 21mmHg, o paciente pode ter hipertensão ocular e não desenvolver glaucoma.

Glaucoma é quando essa pressão elevada leva ao dano no nervo óptico. Muitos pacientes com pressão “normal” (16 mmHg, por exemplo), podem desenvolver glaucoma. Vale frisar que apenas a medida da pressão ocular no exame de rotina não é suficiente, visto que cada pessoa apresenta uma susceptibilidade diferente ao aumento da pressão ocular (ou seja, uma determinada pressão pode ser boa para uma pessoa, mas ruim para outra). Logo, é importante o exame do fundo de olho (do nervo óptico). Por isso, o exame regular anual é essencial, para identificar os pacientes com alteração nos valores da pressão que precisam de tratamento e aqueles que precisam apenas de acompanhamento.

A pressão ocular elevada não implica diretamente em glaucoma, mas é o principal fator de risco para desenvolvimento e progressão da doença. Pacientes com pressão ocular elevada, se não tratados, podem desenvolver a doença. Vale lembrar que existem outros fatores que contribuem para a ocorrência do Glaucoma. Um deles é a presença de miopia, por exemplo.

Por fim, em poucos casos, pode ocorrer aumento mais significativo da pressão ocular, de forma súbita, levando a embaçamento visual, visão de halos coloridos, dor intensa e vermelhidão nos olhos. Esses casos merecem avaliação médica imediata, pois trata-se de uma urgência oftalmológica.

Dra Karina Carvalho
CRM-PE 20537 / RQE-PE 10189 / CRM- BA 36158 / RQE-BA 22149

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